Estudo Marxista de Valores Adicionados


Atualização da pesquisa EMVA

Em 2025, a pesquisa Estudo Marxista de Valores Adicionados (EMVA) completou quatro anos. Ao longo deste período, foram publicados quatro artigos em periódicos especializados, além de apresentação dos avanços da pesquisa em oito eventos científicos com espaço para a pesquisa em economia marxista. Sobre a metodologia da pesquisa EMVA, ver a entrada: https://economiapoliticaemva.com/2023/10/08/metodologia-base-de-dados-emva/. Em outra, apresentamos uma análise geral da economia brasileira com uma amostra menor (48 empresas, até 2022) do que a atual (54 empresas, até 2023):
https://economiapoliticaemva.com/2024/10/17/uma-analise-marxista-da-economia-brasileira-a-partir-da-contabilidade-de-empresas-2010-2022/

Neste mês de dezembro/2025, temos a alegria de anunciar a publicação de dois artigos que procuram desenvolver a pesquisa EMVA. Seguem os links:

  • Azevedo & Moraes & Willon (2025). Estudo do duplo impacto da atuação da Petrobras entre 2016 e 2022: recuperação da taxa geral de lucro e desproporção interdepartamental. Brazilian Keynesian Review, vol. 11, n. 2. DOI: https://doi.org/10.33834/bkr.v11i2.393
  • Azevedo & Moraes (2025). Os esquemas de reprodução de Marx enquanto ferramenta econômica: uma análise da economia brasileira entre 2010 e 2022. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, n. 73. DOI: https://revistasep.org.br/index.php/SEP/article/view/1254

Em Azevedo & Moraes & Willon (2025), analisamos os desdobramentos da crise de 2014-2015 a partir dos efeitos da nova política estabelecida para Petrobras a partir de 2016, quando o comando da empresa passou a se pautar pela diminuição das exigências de compras internas e pela venda de ativos no segmento de refino. Observamos que o duplo impacto dessas políticas é, de um lado, a recuperação da taxa geral de lucro da economia brasileira e, de outro, a manutenção de uma elevada desproporção entre os departamentos de produção.

O duplo impacto observado demonstra a elevada capacidade de encadeamento interdepartamental da Petrobras na economia brasileira. Nesse sentido, as evidências observadas sugerem a importância da retomada do controle social da empresa como um instrumento não apenas de política industrial e energética, mas fundamentalmente para a mudança estrutural do país por meio do fomento à internalização da produção social e pela regulação indireta das relações interdepartamentais.

Em Azevedo & Moraes (2025), elaboramos esquemas de reprodução da economia brasileira entre 2010 e 2022. O objetivo é analisar a evolução da condição de equilíbrio interdepartamental e sua relação com a variação da taxa média de lucro no período, com foco na trajetória e no papel do desmatamento nos biomas brasileiros. A análise dos esquemas de reprodução construídos a partir da amostra de empresas indica que as crises da economia brasileira tendem a aparecer antes sob a forma de um recuo do departamento de produção de meios de produção (D-I).

Além das hipóteses apresentadas em O Capital de Marx para explicar a compossibilidade entre o aumento da taxa média de lucro, o encolhimento de D-I e o crescimento de D-II (departamento de produção de meios de consumo), propomos uma adicional que designamos como hipótese da autocolonização, em que parte do desequilíbrio interdepartamental provocado pelo recuo do departamento de produção de meios de produção é compensado pela diminuição de cobertura florestal. No artigo, apresentamos evidências disso a partir de um cotejo entre a trajetória da desproporção interdepartamental e a área perdida de cobertura florestal nos biomas brasileiros e na região do MATOPIBA ao longo do período. Os dados sobre o desmatamento foram obtidos através do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (Seeg: https://seeg.eco.br/dados/).

Link para baixar a base de dados EMVA (54 empresas): https://doi.org/10.6084/m9.figshare.29442428.v1




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